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Valiant acordou, estava na biblioteca de Fardos deitado sobre uma cama. Lá estavam Hera, Isis, Aerodus, Riberus, Petros e Olga o observando.

– “Ele acordou… Olá Valiant!”, exclamou Hera.

– “Você conseguiu Valiant! Todos estamos muito felizes e orgulhosos, principalmente por podermos dizer que já lutamos ao seu lado!”, falou Olga, encurvando-se em sinal de respeito.

Fardos se aproximou de todos e disse:

– “Que bom que acordou Valiant. Tudo ocorreu como planejado, com a energia do godbreaker conseguimos separar as 2 dimensões que antes estavam intimamente conectadas. As conexões em diferentes partes do mundo foram cortadas, não há mais qualquer indício de atividade extra-dimensional.”

Todos comemoravam alegremente enquanto Valiant ainda se levantava da cama. Ele sentia-se doente e ninguém parecia perceber, Hera o observava com muita alegria e erguia seu braço, Valiant estava flácido. Um forte fluxo de ar o envolveu, mas novamente ninguém parecia perceber, pouco a pouco ele sucumbiu novamente e caiu na cama.

Ele acordou, mas não estava mais na biblioteca de Fardos, era um local escuro. Não sentia mais nada de dor, e parecia ter novamente sua força, Valiant se perguntava: “estou sonhando?”. Ao fundo ele escutava um estranho som macabro produzido por uma clássica music box, ele decidiu aproximar-se da fonte do som, mas à medida que fazia isso via o que parecia ser uma menina sentada no chão.

A cada passo ele sentia um arrepio e medo, aquela figura era familiar: A menina sentada ao chão era Ragna quando criança. Quando ela o viu, falou:

– “Ele sabe…”, e começou a chorar.

Valiant não sabia o que fazer, a quem ela se referia? Ele passou a olhar para o lado, Ragna gritou:

– “Nãoooo, Nãoooo, ele está aqui… AHHHHHHH”, ela soluçava e chorava, enquanto se arrastava deixava um rastro de sangue pelo chão.

Valiant desembainhou sua espada e buscou ao redor por alguém, mas o que via era apenas a completa escuridão.

– “Quem está aí?! Mostre sua cara!”, gritou Valiant.

Uma risada macabra ecoou vinda da escuridão, Valiant sentiu um frio que chegou aos ossos, isso não o conteve, ele correu em direção à escuridão e passou a dar fortes ataques no ar. À medida que avançava, mais se perdia e o som da music box parecia abafar-se, ele tropeçou e caiu em um abismo sem nem ao menos ver nada.

À medida que caia tudo parecia distorcer-se em pleno ar, o ambiente escuro mudou claramente para a área central de Rookgaard. Valiant caiu no chão mas estranhamente não se machucou, aliás, sua queda pareceu não causar espanto a ninguém, ele estava imperceptível. Em frente a loja de Obi ele encontrou 2 jovens aventureiros e logo reconheceu: era ele mesmo e Ragna, mas muito jovens. A versão jovem de Valiant parecia ter um lapso, e uma perda rápida de sua consciência.

– “O que houve Valiant?”, perguntava Ragna.

Alguns segundos se passaram com ela olhando o jovem Valiant atentamente, até que ele respondeu:

– “Acho que tive um de meus lapsos, meus pais dizem que é normal para a idade, parecia que eu estava me olhando pelas minhas próprias costas”

– “Impossível, Valiant. Você está bem aqui, venha, vamos caçar lobos”.

Ragna guiou o jovem Valiant em direção à região sudoeste de Rookgaard. Valiant, em sua versão adulta, decidiu seguir eles.

Passaram a ponte e foram surpreendidos por um monge chamado Loui:

– “Ahh, jovens aventureiros, cheios de energia para explorar novos horizontes! Vocês poderiam me ajudar por um curto momento?”

– “Claro senhor Loui”, respondeu rapidamente a jovem Ragna.

Os 3 desceram o buraco ao norte de onde estava o monge, o Valiant adulto decidiu manter-se seguindo. Dentro do local havia apenas alguns coelhos, mas alguns segundos tudo pareceu mudar. A jovem Ragna caiu de joelhos ao chão, o jovem Valiant olhou com medo para ela, Loui se aproximou e preocupado tentou ajudar pensando que poderia tratar-se de um mal súbito. Ragna então gritou:

– “Eles… ESTÃO AQUI!”, ela chorava, mas suas lágrimas eram de sangue.

Uma forte aura das trevas envolveu o local e inúmeras criaturas envolveram o jovem Valiant e Ragna, Loui correu desesperadamente, eram seres extra-dimensionais que o velho Valiant, como expectador, já conhecia. Ele desembainhou sua espada e partiu em ataque para proteger sua versão mais nova e também Ragna. Com o primeiro golpe o chão pareceu desmoronar e novamente Valiant estava caindo em um abismo escuro.

Ao fundo do abismo, Valiant observou uma ilha familiar, era Kharos. Assim como da outra vez, o impacto nada fez com ele. O local estava lotado, e no meio da multidão com muita dificuldade ele encontrou Ragna e sua versão mais jovem, desta vez já quase adultos. A versão jovem de Valiant pareceu parar e ficou olhando para o vazio, Ragna olhou para ele e disse:

– “Novamente um de seus lapsos?”

Passaram-se alguns segundos, quando o jovem Valiant disse:

– “Sim, estou confuso, eu me vejo de longe…”

Enquanto ele falava, o “poderoso” Ferumbras apareceu em frente ao seu trono, inúmeras flechas e runas o atingiram e ele morreu instantaneamente. Ragna olhou para a multidão correndo e disse:

– “Droga, jamais conseguirei este chapéu, pisquei o olho e perdi…”

– “Se eu pudesse te daria milhares destes chapéus Ragna, só queria testar minhas habilidades neste mago”, respondeu o jovem Valiant enquanto olhava para Ferumbras destroçado e atravessado por milhares de flechas.

Muitos já haviam saído da sala do trono de Ferumbras quando a versão jovem de Ragna caiu de joelhos ao chão, adotou a posição fetal e começou a berrar e chorar:

– “PAI, MÃE, NÃOOOOOOOO, DEIXEM ELES!”

O jovem Valiant estava atordoado com isso, assim como sua versão adulta espectante, o jovem tentou acalmá-la mas nada parecia parar, ela parecia estar em um pesadelo acordada. Neste momento vários vortex apareceram em pleno ar e inúmeras criaturas extra-dimensionais invadiram o topo da pirâmide de Kharos.

O Valiant adulto acabou desequilibrando e caindo do topo da pirâmide, ao atingir a água ele sentiu ser tragado ao abismo escuro novamente. O golpe foi muito mais rápido, e em uma fração de segundo ele estava ao lado de Cerebrir, na câmara central da biblioteca secreta de Zathroth. Ele via sua versão alguns meses mais jovem, assim como Ragna, Aerodus, Riberus, Isis, Petros, Hera e Olga que estavam lutando contra criaturas interdimensionais que estavam invadindo o local.

Valiant, o espectador, viu sua versão homônima olhando para o vazio e sendo chamado por Hera:

– “Valiant, o que houve?”

Hera se aproximou dele e perguntou:

– “Teve novamente um de seus lapsos?”

Ele estava confuso, mas respondeu:

Valiant, que estava observando toda a cena, lembrava-se perfeitamente daquele momento como se fosse no dia anterior. Ele estava confuso, deveria haver algum motivo para um sonho tão real, real até demais…

Quando o Scourge of Oblivion apareceu ele notou algo estranho quando via tudo como espectador… Ragna não estava lá, ele correu e buscou observar em todos os cantos, mas ela desapareceu, ele notou umas grades abertas na sala central, o que normalmente estariam fechadas.

Valiant decidiu seguir pelas grades e entrou na área até então desconhecida. Aquilo certamente era um sonho para ele, este local jamais deveria ser acessível, pelo menos Zathroth jamais permitiria tal ato.

O corredor parecia não acabar mais, a luz ao fundo vindo da sala central era a única fonte de iluminação, estava tão escuro que Valiant mal podia ver onde estava pisando. Ele seguia caminhando até que de repente tropeçou em algo e caiu ao chão, se levantou e foi analisar o obstáculo, isso o assombrou: era Ragna estendida, estava viva, porém desmaiada. Quando ele olhou ao redor tudo acendeu com uma forte luz, ele não podia identificar sua origem, era uma sala com um altar em forma de pirâmide no centro, no topo desta pequena pirâmide estava um cofre de metal.

Ele se aproximou do cofre, mas este estava trancado, necessitava uma chave para abrir. Mal teve tempo para pensar em buscar tal chave quando um barulho de metal chocando ao chão chamou sua atenção, era a chave que havia caído de algum lugar. “Parece que alguém quer muito que eu veja o que há aqui dentro”, pensou Valiant, já que fora de um sonho isso jamais ocorreria.

Valiant tomou ar, e com certo nervosismo abriu o cofre, não havia conteúdo nele, mas ele sabia que havia provocado algo, já que o chão parecia desmoronar aos seus pés, novamente ele caiu no abismo escuro.

Ele estava em queda livre, ao fundo via o que parecia ser a montanha de Kazordoon, em segundos atingiu o solo. Valiant estava em um pequeno acampamento escondido entre a montanha que também servia de lar aos anões. Ele via famílias trabalhando em suas tendas, assim como diversos outros que chegavam e saíam voando em vassouras.

Estava caminhando pela pequena vila enquanto observava atentamente as pessoas do local, uma pequena garota chamou sua atenção, seu rosto era familiar. Ele pulou em susto: era Ragna muito jovem, a mesma que ele viu chorando na escuridão. Ela nunca havia falado sobre seus pais, mas ele estava vendo-os pela primeira vez ali, pareciam uma família muito feliz.

Um grito rompeu os pensamentos de Valiant sobre a família de Ragna. Uma tropa da inquisição, juntamente a Henricus chegaram ao local, o pai de Ragna correu com sua filha e escondeu ela sobre um tronco oco de árvore, pediu a ela que não se movesse ou fizesse barulho, independente do que ocorresse.

Henricus e sua tropa foram prendendo um a um dos que encontravam lá, poucos puderam fugir, já que arqueiros estavam a postos para derrubar qualquer um que tentasse voar por meio de vassouras. Ragna estava assustada, olhava por meio de frestas na madeira, mas conforme seu pai havia ordenado ela manteve silêncio completo.

Os pais de Ragna, assim como todos os outros, foram presos após combates com os soldados da inquisição. Os inquisidores colocaram todos os presos lado a lado, enquanto Henricus retirou de sua capa um livro e falou:

– “Vocês são todos hereges, bruxos, achavam que podiam se esconder?… Não, não, o cheiro de vocês chegou longe.”

Enquanto isso, um soldado açoitava o pai de Ragna, que lutava para soltar-se de suas amarras.

– “Você parece o mais agitado daqui, bruxo imundo… Grof, traga-o, ele será o primeiro!” falou Henricus.

– “NÃO!”, gritou desesperadamente a mãe de Ragna enquanto sumonou um Dark Demon mesmo com as mãos presas.

O demônio correu em direção a Henricus e desferiu um golpe derrubando-o ao chão, quatro guardas inquisidores cercaram o demônio que atacava ferozmente. Tudo aconteceu muito rápido, Valiant viu um arqueiro preparar sua flecha e atirar atingindo em cheio o peito da mãe de Ragna, ela caiu ao chão tossindo sangue, ao mesmo tempo o demônio também sucumbiu. O pai de Ragna em choro gritou:

– “NÃOOO, Laurie!!!”, enquanto gritava Henricus o apunhalou pelas costas.

Ele caiu ao solo enquanto olhou uma última vez para o tronco onde mal podia ver sua filha. Valiant estava em choque com a situação, Ragna jamais havia contado isso para ele. Um último grito ecoou, Henricus gritou:

– “Este é o fim de Eclipse! Grof, certifique-se de que todos foram mortos… Ahh, e queime seus corpos.”

O chão pareceu desabar sob seus pés, ele voltou para a anterior sala onde estava o cofre dentro da Biblioteca Secreta de Zathroth, mas dessa vez Ragna estava em pé o observando.

– “Você… viu tudo…”, falou lentamente Ragna.

– “Ragna, você nunca me contou sobre o que passou com sua família…”

Ela desviou o olhar, começou a chorar e disse:

– “Viver com isso não foi fácil, depois daquilo, os inquisidores se foram, só havia restado eu naquele local. Algumas bruxas chegaram após algum tempo e selaram o lugar novamente contra os inquisidores, elas sabiam que possivelmente voltariam em um futuro, por este motivo a vila mudou para outro local escondido e me levaram, lá eu cresci até ter idade suficiente para ingressar à academia de Rookgaard… onde nos conhecemos.”

Valiant acenou com a cabeça no final da frase de Ragna. Ela continuou:

– “Você sempre foi bom comigo, foi a única coisa boa desde aquele dia… Mas o vazio me consumia, faltavam eles. Quando Henricus chamou a nós para ajudarmos a lutar contra uma ameaça eu sabia que minha chance de vingar a morte de meus pais estava por chegar.”

– “Eu precisava me vingar de Henricus de uma forma que ele jamais voltasse, se eu simplesmente o matasse os outros inquisidores o trariam de volta por ajuda dos deuses, assim como fazem quando morremos normalmente. Meus pais não tiveram a chance pois estavam contra a inquisição.”

– “Foi neste momento que busquei ajuda e li muitos livros de sábios e científicos, viajei para Edron, me encontrei com Spectulus que me ensinou sobre algumas funcionalidades de objetos interdimensionais e extra-dimensionais. Cheguei à conclusão que se eu tivesse um objeto que não fosse daqui, e que com esse objeto eu matasse a Henricus, a inquisição não poderia trazê-lo de volta.”

Valiant já estava assustado com o tema da conversa, mas podia entender a vontade de vingança de Ragna. Ela caminhou pela sala deslizando a mão pelo cofre, parou e continuou:

– “Quando Variphor propôs me levar para sua dimensão, eu aceitei sem qualquer resistência. Minha vida não tinha mais sentido, a única força que me motivava era a vingança, e Variphor me proporcionou isso, ele me deu um conjunto, um arbalest e flechas, tudo criado de materiais daquela dimensão.”

– “Em uma das missões, Variphor me solicitou que eu conseguisse um cetro que permitisse a entrada na biblioteca de Fardos, eu sabia que Henricus não me entregaria, por isso já fui preparada para matá-lo, e fiz isto na frente de sua filha, assim como ele fez comigo.”

– “Eles pensaram que poderiam revivê-lo, mas meu artefato extra-dimensional fez um excelente trabalho, ele atualmente está no limbo interdimensional, e ficará lá para sempre.”

Valiant estava estarrecido com essa história que não havia percebido outro fato muito estranho, ela estava interagindo com ele, coisa que em nenhuma outra parte do “sonho” havia sido possível, lentamente ele foi voltando ao corredor que voltaria para a sala central da Biblioteca, ela o seguiu.

– “Valiant, não sei porque seu medo, eu poderia ter te matado na batalha do esconderijo, mas você deve ter percebido que eu não queria. Eu preciso de você, existe uma relíquia que preciso muito para tentar reviver meus pais, nem que seja um último momento com eles.”

– “Que relíquia?”, perguntou Valiant curioso, enquanto seguia dando passos de costas.

– “O espelho, você sabe o que estou falando.”, ela se aproximou dele, tocou sua testa na dele e falou baixo: “me ajude, Valiant.”

Valiant estava confuso, realmente nunca havia ouvido falar desta relíquia, mas sabia que Ragna ainda estava ligada intimamente a Variphor, ele não poderia confiar nela, já que aquela entidade a estava usando para seus objetivos.

Valiant tropeçou em um desnível do corredor e caiu ao chão, este em vez de fazê-lo parar agiu como se fosse água, ele afundou no chão enquanto ouvia gritos de desespero e choro de Ragna ao fundo.

Um grande redemoinho do que parecia ser uma tinta escura o envolveu, ele parecia conduzi-lo a algum lugar, após alguns segundos ele sentiu uma superfície firme, ao se apoiar completamente o redemoinho desapareceu revelando um estranho espelho com uma moldura vermelha e quatro grandes garras que pareciam segurá-lo. “Deve ser este o espelho que ela falou”, pensou Valiant, andando com muita cautela até aquele estranho objeto. Ele o tocou, um flash de luz muito forte o cegou temporariamente, quando recobrou sua visão estava deitado na cama da biblioteca de Fardos, e todos seguiam comemorando, não havia passado nem um segundo. Em sua mão estava o espelho.

Fardos estava ao seu lado, ele olhou para aquela relíquia e disse:

– “O doomsday mirror, ele estava perdido, e quem diria, estava justamente em uma dimensão dos sonhos…”

Valiant olhou fixamente para Fardos e disse:

– “Aquilo que eu vi… sobre Ragna, era verdade?”

– “Sim, Valiant, o final trágico dos pais dela foi verdade. Porém as outras memórias anteriores foram adulteradas por Variphor, você deve ter percebido que em todas havia a invasão de seres da dimensão dele, a mente de Ragna foi profundamente afetada pelo desejo de vingança, isso criou um ponto fraco onde Variphor se aproveitou.”

– “Deixe este espelho aqui, ele estará em segurança. Vá com seus companheiros comemorar, vocês ajudaram a salvar o mundo. Novas missões o esperarão em um futuro, mas por agora apenas relaxe.”

Valiant acenou com a cabeça e correu para juntar-se aos seus companheiros.

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Fonte: www.tibialight.com

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